"... Com uma redução da oferta de 25%, mas com uma quebra nas receitas de 95%, a CP está a ficar sem dinheiro. Os comboios andam vazios (excepto um reduzido número de suburbanos na hora de ponta da manhã) e as bilheteiras não geram receita. Antes pelo contrário. A empresa teve de andar a injectar dinheiro nas suas próprias bilheteiras para poder pagar reembolsos aos clientes por viagens adquiridas e não realizadas...
Para poder pagar os salários de Março e Abril, a empresa foi autorizada pelo Governo a usar o saldo da conta de gerência de 2019, que habitualmente fica cativado pelas Finanças. Um montante que a CP não quis divulgar, mas que se situará entre os 20 e os 30 milhões de euros, apurou o PÚBLICO.
Para Maio, contudo, esta folga desaparece e não deverá ser colmatada por nenhum acréscimo substancial das receitas, mesmo que sejam levantadas algumas restrições à circulação de pessoas no âmbito do combate à pandemia de covid-19.
Tendo em conta o relatório e contas da empresa de 2018 (o de 2019 ainda não está disponível), os custos com pessoal ascendem a 7,5 milhões de euros por mês. As receitas da venda de bilhetes rondam os 21,5 milhões de euros mensais, mas neste momento estarão reduzidas a pouco mais de um milhão de euros.
O PÚBLICO perguntou aos ministérios das Infra-Estruturas e das Finanças qual a solução, mas não obteve resposta. No entanto, só há duas soluções possíveis, afastada que está a hipótese de a empresa se comportar como o TAP ou as empresas rodoviárias privadas mandando parar a frota e colocando o seu pessoal em layoff. Uma é o recurso a um empréstimo do Tesouro e a outra é o regresso às indemnizações compensatórias..."
Pueden leer al completo en el diario Público, la documentada información de Carlos Cipriano en :