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"O rio Tejo a Património Mundial da Humanidade", una reivindicación de Joaquim António Emídio

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Os rios falam; umas vezes inconformados (...) outras vezes quando se tornam lágrimas. Por isso os rios deviam ser Património Mundial da Humanidade, por razões muito mais urgentes que os monumentos de pedras seculares.

Anda por aí um burburinho, que eu aplaudo, sobre a forma de salvar o rio Tejo e a água poder servir melhor os interesses dos agricultores e das populações ribeirinhas. Gostava de ver este assunto discutido com unhas e dentes, com gente que se interessa verdadeiramente pelo ambiente e não está a pensar só no valor do rio para a economia, mas também na defesa do ambiente e na preservação da natureza.

O rio Tejo só continua igual ao rio das nossas aldeias para alguns de nós que vivem abaixo do território de Abrantes, só para citar um exemplo da agressão ao leito do rio. Quem vive para cima sabe que o Governo de José Sócrates autorizou a construção de um açude que se tornou numa verdadeira aberração, que prova o quanto a política é a arte da mentira e do engano, neste caso com custos iniciais de mais de 10 milhões de euros, para além dos prejuízos que há mais de 15 anos se vão somando e acumulando. Para nada. Para nada de importante. Aparentemente só para que Abrantes tenha o maior espelho de água urbano de Portugal. Tudo à vista dos políticos e ambientalistas que, também aparentemente, são pessoas em quem devemos continuar a confiar os destinos do país e das instituições.

Os afluentes do Tejo, desde Castelo Branco até Santarém, que são os que conheço melhor, têm uma história triste a cada ano que passa apesar das promessas políticas de defesa da qualidade da água e das suas margens. Não vou contar desgraças neste texto. Vou deixar aqui uma mensagem para todos os que gostam dos rios, e bebem água da torneira, sem se questionarem sobre o futuro do planeta.

Devíamos desafiar os autarcas a promoveram o rio Tejo a Património Mundial da Humanidade. Não estamos a falar de muralhas, nem de castelos, nem de conventos e muito menos de palácios construídos de pedras seculares e representativos de uma História com mais de 800 anos. Estamos a falar da sobrevivência das espécies e do futuro do nosso planeta que tem milhões de anos.

Já ninguém consegue recuperar os ribeiros onde as nossas mães lavavam a roupa, nem os riachos onde mergulhámos em crianças, nem os rios navegáveis que atravessavam os territórios da charneca e do bairro; mas é urgente amar os rios, criar um projecto que envolva as escolas e os professores, falarmos dos lugares onde nascem, do seu percurso, da sua flora e dos danos que sofrem da nascente até à foz. Têm que ser projectos locais para depois se tornarem nacionais.

Os rios falam; umas vezes inconformados, que é quando as águas saltam as margens e destroem tudo à sua volta, outras vezes quando se tornam lágrimas, como acontece cada vez mais com o rio Tejo e com a grande maioria dos seus afluentes. Por isso os rios deviam ser Património Mundial da Humanidade, por razões muito mais urgentes que os monumentos de pedras seculares; porque não teremos vida sem os rios; porque quase toda a água do planeta é salgada, pouca é a água doce; e porque os rios são seres fabulosos que não podemos perder por causa dos interesses dos produtores agrícolas e dos industriais que ignoram as práticas ecológicas e só pensam nos lucros imediatos dos seus negócios.   ( JAE.




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