Los sabios consejos del director-general de O Mirante para este tiempo de la peste...
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Joaquim António Emidio, director general de O Mirante, el semanario regional mayor y mejor de Portugal, publica en la última edición del periódico editado en Santarêm, un excelente artículo, pleno de sabias recomendaciones para el ciudadano de a pie, justo en el momento más delicado de la ya larga crisis de la pandemia que estamos viviendo : cuando arrecia la llamada segunda ola y cuando los gobernantes españoles y portugueses se afanan en imponernos restricciones de todo tipo, como remedio a la peste de la Covid-19 que tenemos encima.
Con la debida venia reproducimos un texto excelente del muy buen escritor que, al fin y al cabo es Joaquim António Emidio. Dice así :
Saia de casa: vá caminhar
e abraçar as árvores
Tenha casa à beira do rio, na charneca ou no bairro, saia à rua, caminhe e conviva nem que seja com os animais presos à corda à beira da estrada. Se mora na cidade bom proveito: a fauna é bem mais divertida que a dos caminhos das hortas e dos quintais da aldeia.
Comente as notícias de O MIRANTE, do Expresso, e do Público, e de outros jornais da terra quando não andar na rua a apanhar o sol de Outono ou a chuva miudinha que molha tolos; não se importe que o/a olhem de lado por andar na rua a vadiar; fechado em casa é que não; desde a antiguidade que está escrito na nossa testa que os homens são animais sociais; todos precisamos uns dos outros para alcançarmos a plenitude da vida. Está provado que as pessoas que se isolam ficam deprimidas com muita facilidade. Perdem os amigos e, sem eles, ninguém vive. A falta de contacto social cria ódio, e revolta, nas pessoas. A maioria fica agressiva, e quanto mais dura o isolamento, ou o confinamento, mais se agravam os problemas psiquiátricos devido à perda da autoestima, e à sensação de que não pertencemos a este mundo, ou que pertencemos mas somos excluídos sem dó nem piedade. Os políticos populistas ganham terreno quando acontecem desgraças como a actual pandemia. O ódio e a revolta que se instala nas pessoas isoladas, e confinadas, faz com que percam a razão e fiquem do lado dos fascistas e dos comunistas que acham que o mundo só se endireita com mais autoridade.
Ligue a televisão mas veja os programas sobre viagens e natureza; há meia dúzia de canais que passam documentários sobre ciência e vida animal, só para dar dois exemplos, que nos enchem a alma e engrandecem o espírito. Há programas que nos transportam para territórios físicos e mentais que nunca pisaremos, mas que podemos dizer que já sentimos depois de os vermos na televisão.
O livro é o melhor companheiro para nos proteger da solidão e dos desgostos da vida. Quando entramos num livro entramos na vida de outras pessoas, pisamos as fronteiras de outros países, subimos a outras latitudes; só precisamos de ligar o cérebro ao coração e não nos enganarmos na escolha do livro; assim como há filmes e programas de televisão que nos deixam os olhos em bico, também há livros que só servem para base de candeeiros ou para enfeitar uma estante. Opte pelos clássicos e assim terá a certeza de que fará sempre uma escolha acertada mesmo que o género não seja o seu preferido. Leia e saia todos os dias à rua, o tempo suficiente para se libertar da angústia, para recarregar baterias, para deixar a sua marca na conversa com o dono da padaria, ou com o dono da pastelaria, ou com quem encontrar pelo caminho e achar que merece dois dedos de conversa.
Proteja-se da Covid-19 com máscara; e proteja-se acima de tudo das pessoas que entraram em pânico por causa da doença; dos políticos e da comunicação social que lhe dão Covid-19 ao almoço e ao jantar; More à beira do rio, na charneca ou no bairro, saia de casa, caminhe e conviva nem que seja com os animais presos à corda à beira da estrada; em último caso não se esqueça que pode abraçar as árvores. Pode fazer tudo o que quiser para quebrar a rotina e não deixar que a loucura tome conta de si. Se mora na cidade bom proveito; a fauna é bem mais divertida que a dos caminhos das hortas e dos quintais da aldeia. . - JAE.
Joaquim António Emidio |