Depois da ligeira descida em junho, o desemprego registado voltou a subir em julho. Face ao ano passado disparou 37%.
O número de pessoas inscritas nos centros de emprego em Portugal disparou 37% no mês de julho, face a igual período do ano passado, e 0,2% na variação mensal.
Os dados divulgados esta quinta-feira pelo Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP) mostram um agravamento do desemprego. No final de julho, estavam inscritas 407 302 pessoas, ou seja, mais 110 012 do que no ano passado.
A informação mostra um ligeiro aumento do desemprego em termos mensais depois da descida de 0,6% verificada em junho face a maio - a primeira desde o início da crise pandémica. Em cadeia, representa mais 637 pessoas a engrossarem o contingente de desempregados, explica o Jornal de Notícias..
Numa nota divulgada pelo Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social (MTSSS), é sublinhado, por outro lado, o decréscimo muito ligeiro no segmento dos jovens, com uma quebra de 0,3% face ao mês de junho, representando menos 136 pessoas inscritas. É "o segundo mês com descidas em cadeia do desemprego jovem", refere o comunicado do gabinete de Ana Mendes Godinho. Mesmo assim, em termos homólogos há um acréscimo de 58%.
Desemprego no turismo dá sinais de abrandamento
Em termos regionais, o Algarve continua a apresentar as taxas homólogas de desemprego mais elevadas, ultrapassando, de novo, os 200%. Um valor que não será alheio à quebra no turismo em Portugal.
"A nível regional, no mês de julho de 2020, o desemprego registado aumentou na generalidade das regiões, com exceção da Região Autónoma dos Açores", refere o boletim estatístico do IEFP, indicando que "dos aumentos homólogos o mais pronunciado deu-se na região do Algarve (+216,1%). No oposto encontra-se a região dos Açores com -1,4%".
Os dados de julho mostram que nas atividades ligadas ao setor do turismo, começam a surgir sinais de abrandamento. O MTSSS refere, de resto, que "depois de aumentos em cadeia sucessivos, houve um decréscimo de 3,5% do desemprego com origem neste setor (-1.530 pessoas) face ao mês de junho", o que poderá dever-se ao período de férias para milhares de portugueses que escolheram destinos internos.