O autointitulado Messias do Brasil, Jair Bolsonaro, afinal não faz milagres. O presidente brasileiro informou hoje o Mundo que estava infetado com covid-19, mas parece continuar a desvalorizar o perigo da doença mais mortal de 2020.
Os números não enganam. O novo coronavírus é dez vezes mais mortal que a pandemia de gripe A de 2009 e já ultrapassou largamente a malária como a doença mais mortal de 2020. No entanto, Jair Messias Bolsonaro continua a desvalorizar o perigo que a covid acarta e, mesmo depois de infetado, não se coibiu de dar uma conferência de imprensa a menos de um metro dos jornalistas presentes, onde nem faltou o momento em que tirou a máscara para todos verem que ele estava bem.
Sem dúvida que qualquer um dos que ali estavam terá ficado logo bem descansado por ver que a cara do presidente estava saudável, pese embora a voz anasalada e os mais de 38 graus de febre que apresentava.
Para o Messias, que parece só o ser de nome, quem vê caras também vê infeções. Aliás, a julgar pela perspetiva do seu presidente, bem podia o Brasil parar de fazer a testagem à população e adotar procedimentos mais ágeis, de análise facial, que permitissem perceber em poucos segundos quem está ou não infetado. Aquele país contabilizava, ontem, 1,6 milhões de infetados e 65 556 mortes devido à covid.
Por cá, onde as autoridades de saúde repetem incessantemente que o uso da máscara sem distanciamento social não garante segurança, contabilizaram-se mais nove mortes e 287 novos casos de covid. A maioria dos novos casos - e seis das nove novas vítimas mortais - são da região de Lisboa e Vale do Tejo. Nesta região, a aldeia de Santo Estêvão, em Benavente, viu aumentar para 23 o número de casos positivos.
Noutro capítulo, igualmente trágico, foi um dia com vários casos de acidentes com gravidade. Em Pinhão Cel, no concelho de Sabrosa, um homem de 30 anos morreu num despiste de mota. Um outro despiste, mas de automóvel, fez uma vítima mortal e um ferido grave em Teivas, Viseu. Sem vítimas mortais, mas com cinco feridos graves, uma colisão rodoviária deixou o IC1 cortado ao trânsito durante cerca de quatro horas. Também com cinco feridos graves registou-se outro acidente, na A1, entre o nó de Torres Vedras e área de serviço de Santarém, envolvendo um carro da GNR.
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