O anúncio da data para retomar as visitas aos utentes apanhou de surpresa entidades gestoras de lares, que estranham não ter sido ouvidas sobre esta matéria. As visitas a utentes de lares de idosos e unidades de cuidados continuados podem ser retomadas a partir de segunda-feira, dia 18, segundo orientação da Direção-Geral da Saúde (DGS). As visitas têm de ser marcadas e ocorrer num espaço próprio, de preferência no exterior da instituição, mantendo a distância de segurança de dois metros.
Segundo apurou o JN, os protestos da União das Misericórdias Portuguesas (UMP) originaram trocas contraditórias de correspondência entre entidades governamentais. Ao final da tarde de segunda-feira, o adjunto da secretária de Estado da Ação Social chegou a informar a Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade (CNIS) e a UMP de que as orientações da DGS ficariam sem efeito, "conforme o pedido de última hora do Ministério da Saúde". A norma da DGS mantinha-se, em qualquer caso, publicada online.
De acordo com a nota assinada pela diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, "as visitas devem respeitar um número máximo por dia e por utente, sendo,numa primeira fase, de um visitante por utente, uma vez por semana(este limite pode ser ajustado mediante as condições da instituição e a situação epidemiológica local, em articulação com a autoridade de Saúde local e segundo a avaliação de risco)".
A DGS pretende que haja "agendamento prévio das visitas" e um registo com os nomes do visitante e idoso, contactos e hora do encontro, que não não deve exceder os 90 minutos. A instituição assegurará que a visita ocorra num "espaço próprio, amplo e com condições de arejamento (idealmente, espaço exterior)" e não "na sala de convívio dos utentes" ou quartos, exceto se o utente se encontrar "acamado".
Terão de ser disponibilizados produtos para higienização das mãos, "os visitantes devem utilizar máscara, preferencialmente cirúrgica" e "não devem levar objetos pessoais, géneros alimentares ou outros produtos".
As visitas aos lares de idosos foram suspensas a partir de 8 de março na região Norte. A proibição estendeu-se a todo o país no dia 16, no âmbito da pandemia de covid-19.
Em abril, foram feitos mais de 17 mil testes de rastreio do novo coronavírus em lares de idosos, com as autoridades a pretenderem atingir os 70 mil em maio.
Desde o início do surto, em março, morreram 450 idosos infetados em lares, disse Graça Freitas no passado sábado (9 de maio).
Segundo o Instituto da Segurança Social, há cerca de 80 mil idosos em lares.
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Lar de idosos de Almanci |