Diputado socialista portugués habla de "TGV Porto-Vigo atrasado 20 anos"

Artigo de deputado socialista, publicado no "Dinheiro Vivo", suplemento económico del Jornal de Notícias y Diário de Noticias...


TGV Porto-Vigo atrasado 20 anos

A visão centralista do país teima em distorcer a realidade. Um dia destes assistiremos a quem afirme que o Norte não faz parte de Portugal.

A alta velocidade ferroviária a Norte é essencial para a região mais exportadora do País. É inexplicável o contínuo adiamento de um investimento altamente reprodutivo e de inegável valor para as empresas e para o turismo. A única explicação plausível é o centralismo macrocéfalo e acerbado que agora, mais uma vez, se agravará com os investimentos no novo Aeroporto.

Há décadas que se fala do TGV Porto-Vigo. Existem diversos estudos de viabilidade e de projeto. O comboio de alta velocidade na Galiza, com ligação a Madrid e ao resto da Europa, começou a ser construído há vinte anos. Foi inaugurado em 2021. Teve um custo global de 9 mil milhões de euros. A linha Porto-Vigo deveria ter arrancado ao mesmo tempo. Hoje, com custos reduzidos, Portugal já estaria ligado à Europa a Norte (e em parte da região Centro) por alta velocidade. E quer a CCDR-N quer os representantes das forças políticas e económicas da região, quer mesmo a própria Junta da Galiza contactaram, por diversas vezes, os governos portugueses nesse sentido.

Falar do Norte, neste caso, é ter em conta a área específica da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR-N), com mais de 3 milhões e seiscentos mil habitantes, com 86 municípios, numa área superior a 21 mil quilómetros quadrados que exporta mais de 50% de todo o território nacional. Sim, a região Norte continua a ser a região mais aberta e exportadora de Portugal, com avanços significativos nas tecnologias de ponta.

Acontece que a Galiza, nas suas principais cidades, já conta com o TGV para Madrid há três anos. O Porto está a pouco mais de 100 Km de Vigo ou de Ourense. Utilizar o TGV, em Espanha denominado de AVE, a partir de Vigo para Madrid e para a Europa, traria ganhos significativos para a região Norte, em termos de tempo e custos financeiros.

Recentemente, foi publicada uma entrevista com o fundador do Grupo Vila Galé, Jorge Rebelo de Almeida, com título em primeira página: “Portugal precisa do TGV Lisboa-Madrid. O Porto-Vigo não tem sentido”. A visão centralista do país teima em distorcer a realidade. Um dia destes assistiremos a quem afirme que o Norte não faz parte de Portugal.

A cegueira centralista diz-nos que “não faz sentido”. O que faz sentido é o Norte e o Centro terem de ir a Lisboa apanhar o TGV para a Espanha e para a Europa. O pior cego é aquele que não quer ver. De facto, como é possível não reparar que tal aumentaria o tráfego automóvel, nomeadamente de veículos pesados, na Área Metropolitana de Lisboa (AML). Visões centralistas como esta prejudicam o País e pioram, inclusivamente, a qualidade de vida dos habitantes da Área metropolitana de Lisboa.

Na semana em que o primeiro-ministro confessou que, mais uma vez, a regionalização será adiada, faz todo o sentido falar do TGV a Norte. O Norte da economia. O Norte do turismo. O Norte das pessoas. O Norte que precisa da alta velocidade, porque é essencial para os interesses de Portugal e dos portugueses.

A cegueira centralista diz-nos que “não faz sentido”. O que faz sentido é o Norte e o Centro terem de ir a Lisboa apanhar o TGV para a Espanha e para a Europa. O pior cego é aquele que não quer ver. De facto, como é possível não reparar que tal aumentaria o tráfego automóvel, nomeadamente de veículos pesados, na Área Metropolitana de Lisboa (AML). Visões centralistas como esta prejudicam o País e pioram, inclusivamente, a qualidade de vida dos habitantes da Área metropolitana de Lisboa.

Na semana em que o primeiro-ministro confessou que, mais uma vez, a regionalização será adiada, faz todo o sentido falar do TGV a Norte. O Norte da economia. O Norte do turismo. O Norte das pessoas. O Norte que precisa da alta velocidade, porque é essencial para os interesses de Portugal e dos portugueses.