Portugal) Cuidado con la fiebre de los radares... es contagiosa y viene fuerte (con alguna trampa)


Cuidado con los radares en Portugal. Los han implantado algo más tarde que en España pero al igual que aquí, en Portugal, de vez en cuando "cometen" fechorías... Y las consecuencias son tan alarmentes como la lectura del reportaje en O Mirante, el mayor y mejor semanario regional de Portugal

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+ Texto :  O MIRANTE
+ Fotos : O MIRANTE

Automobilistas dizem-se vítimas do radar fixo colocado na Estrada Nacional 119, em Foros de Almada, por erro de sinalização e vão contestar multas. Um sinal de limite de velocidade de 70 km/hora levou muitos condutores a circularem acima do limite de 50 km/hora que o radar permite. Sinalização foi entretanto revista e clarificada.

Centenas de condutores continuam a contestar as multas que receberam por passarem a mais de 50 km/hora no radar fixo colocado na Estrada Nacional 119, em Foros de Almada, concelho de Benavente. Tal como O MIRANTE noticiou, os automobilistas dizem ter sido induzidos em erro porque quem se desloca no sentido Santo Estêvão - Biscainho (Coruche) encontra junto ao Restaurante Zambujeiro o sinal de radar e logo depois um sinal de proibição de circular a mais de 70 km/hora e o sinal de fim de povoação. Mas a Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR) considera que até ao limite da povoação de Foros de Almada a velocidade legal para circular é de 50 km/hora apesar de haver um sinal a indicar o limite de 70. Os condutores estão revoltados e consideram que se trata de uma “ratoeira”, além de dizerem que não faz sentido o radar ter sido colocado quase à saída da povoação.
Depois das queixas, há cerca de duas semanas, foi colocado um sinal de proibição de circulação a mais de 50 km/hora a seguir ao sinal de 70km/hora no sentido Santo Estêvão - Biscainho e no sentido oposto também colocaram um novo sinal de 50km/hora.
A alteração surge já depois de Luciano Moura ter sido multado 11 vezes. Diariamente faz duas vezes o trajecto Montijo-Coruche para se deslocar para o trabalho e relata que sempre esteve ali o sinal de 70km/hora. Há um mês as multas começaram a aparecer e já perfazem um total de 660 euros, valores que não sabe como vai pagar. “Fui informar-me à GNR e disseram que podia recorrer das multas mas que ia ser difícil porque a placa de localidade sobrepõe-se à placa de 70km/hora. Explicaram que podia pedir para pagar as multas em prestações e que não era o primeiro a queixar-me à Guarda. Fui mais uma vítima deste radar”, lamenta. Agora passa naquela zona a 40 km/hora e só espera que não cheguem mais multas a casa.
José Real Pereira, de 68 anos, diz também ser uma vítima do radar. Pagou em Setembro quatro multas de 120 euros cada e recebe pouco mais de 700 euros de reforma. “A placa de velocidade de 70 km/hora é uma ratoeira e a prova é que já colocaram a placa, em ambos os sentidos, com o limite de 50 km/hora. Entretanto já me roubaram 480 euros. O que me sobra para pagar medicamentos, luz, água, gás, etc. Não há justiça neste país?”, desabafou a O MIRANTE. Já Fernando Dias recebeu até à data duas multas porque diz que só faz aquele percurso de vez em quando. Mesmo assim vai contestar através de e-mail para as várias entidades.

Condutores devem reclamar
O MIRANTE solicitou esclarecimento à Infraestruturas de Portugal (IP) mas sem resposta até ao fecho desta edição. A Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR) já tinha afirmado, antes da colocação dos novos sinais de 50km/hora, que o sinal de início de localidade (N1a) estabelece os limites do início do regime de circulação dentro das localidades, que, entre outros aspectos, determina a velocidade máxima de circulação de 50km/h. Assim, este sinal elimina os efeitos do sinal C13 que estabelece um limite máximo superior, mas que perde vigência com a fixação do referido sinal N1a.
Custódio Tomé, formador de condução automóvel e especialista em segurança rodoviária, classifica a situação como “uma pulhice”. O radar está dentro das placas de povoação e correctamente está a 50 km/hora. Só que, incorrectamente, está colocado o sinal de velocidade máxima de 70km/ hora que induz os condutores em erro. “O sistema é legal mas é deselegante fazerem este tipo de prevenção que não é prevenção rodoviária nenhuma. Naturalmente que as pessoas devem contestar a situação junto da ANSR porque só assim conseguimos alterar as coisas”, explicou o especialista.
Recorde-se que o radar fixo de Foros de Almada foi aquele que registou maior número de ocorrências em Setembro, um mês após a sua entrada em funcionamento.