Evocación de los trenes nocturnos entre España y Portugal que la Covid -y los Gobiernos- mandaron al carajo
28 de febrero de 2021. No hay trenes entre Portugal y España. Ni siquiera el "tren Celta" que tradicionalmente une Porto con Vigo. Es todo una desgracia... Ni se sabe si el "tren Celta" volverá algún día, cuando el ministro Cabrita se digne abrir de nuevo las fronteras. Hace ahora un año que la CP y la Renfe quitaron de en medio -y se observa que para siempre- dos trenes legendarios. El europeo "Sud Express" y el "Expresso Lusitania", que unía las capitales española y portuguesa...
Hoy, rememoramos estos trenes desaparecidos. Ya no tenemos esperanza de que vuelvan, especialmente los llamados expresos. Lo último que nos queda de ellos son los videos de Youtube y la nostalgia imperecedera de quienes tanto amamos el mundo del ferrocarril...
"Nó ferroviario" es el autor y a quien agradecemos un video de 2019. ¡Quien nos diría que apenas un año después, desde los despachos y con la disculpa de la Covid, iban a mandar estos trenes legendarios a tomar viento!.
Popularmente conocido por "Suditania" entre los aficionados al ferrocarril, el Tren-hotel "Sud Express" y el Tren-hotel "Lusitania Expresso" circulaban ya en los últimos años acoplados entre Lisboa y Medina del Campo. En este vídeo podemos ver este tren en las estaciones de Entroncamento, Guarda y el cambio de la locomotora portuguesa eléctrica "Siemens", de la serie 5600 de CP, por la locomotora española diésel de la serie 333.4 de RENFE, en la estación de frontera de Vilar Formoso.A inauguração oficial é a 25 de Novembro de 1887. Estas comemorações terminaram com um circuito turístico pelo sul de Espanha, passando por Madrid, completado com ligação a Paris.

A ligação ao Porto era feita em Medina del Campo por um comboio que fazia este percurso via linha do Douro até Barca D´Alva, comboio citado por Eça de Queiroz no seu romance “A cidade e as serras”. A partir de 1891 o “Sud – Express” deixa de ter como términus a estação de Sta Apolónia, passando a ser a então recentemente inaugurada estação central do Rossio e em Paris a igualmente recentemente inaugurada gare de Orsay. Ficando assim ligadas a gare do Rossio a gare de Orsay. Para melhor servir os seus clientes a Companhia da Wagons Lits cria a Companhia dos Grandes Hotéis, inaugurando em Lisboa o Hotel Avenida Palace em 1894, que tinha a particularidade de ter um acesso direto entre a gare da estação do Rossio e o hotel. Nas suas deslocações habituais a Europa, muitas personalidades nacionais e estrangeiras da época utilizaram desde a sua inauguração este comboio. Também as principais companhias de navegação, viram grande interesse neste comboio internacional, tendo modificado as suas escalas, fazendo de maneira que os seus navios se encontrassem em Lisboa para haver correspondência direta com o “Sud Express”
Com a eclosão da I Grande Guerra Mundial em 1914, o serviço de comboios “Sud – Express” é suspenso. Embora este venha a ser restabelecido na Península Ibérica em Junho de 1915, voltando em 1921 a ser de novo restabelecido em toda a sua extensão, passando em 1922 a ser diário a partir de Lisboa, sob dupla denominação de “Sud – Atlantic – Express” no ramo de Lisboa.
A partir dos anos 30 o “Sud – Express” passa a ter o percurso mais longo de sempre, terminando no Estoril, permitindo uma viagem direta de Paris até esta bela e famosa estância balnear com as suas praias, termas, casinos e magníficos hotéis. A ligação era feita por uma carruagem cama que seguia para o Estoril, via linha de Cascais após a chegada a Lisboa - Rossio. Esta ligação foi efémera.

Com a Guerra Civil Espanhola o “Sud” mais uma vez é suspenso e isola Portugal do resto da Europa, o trajeto só é restabelecido em Julho de 1937, mas precariamente, ligando Lisboa a Irun, devido ao fecho da fronteira. A Wagons Lits vê-se obrigada a admitir 2ª classe no comboio e com o eclodir da II Guerra em 1939 o “Sud – Express” acaba como comboio de luxo. No período da II Guerra o “Sud” foi um comboio muito utilizado por monarcas depostos, espiões, traficantes, troca de prisioneiros e refugiados da guerra. Refugiados estes que alteraram muitos dos hábitos sociais da época na capital. Mais uma vez o “Sud – Express” funcionou como veículo de influências sócio culturais para o nosso país, caem alguns tabus e modificam-se tradições. Portugal como pais neutral, torna-se assim um “Porto de Abrigo” para os refugiados de guerra, também algumas figuras conhecidas do mundo das artes e política utilizaram o “Sud – Express” para o regresso aos seus países de origem.
Sud Express in França
Neste período pós guerra, o “Sud – Express” restabelece o seu percurso normal Paris – Lisboa, em 1 de 1947, este comboio do pós-guerra nada tem a ver com o luxuoso e caro do início do século cheio de encanto e glamour. Também as relações económicas entre os três países haviam afrouxado, a rede ferroviária em Espanha tinha sido fortemente abalada pela guerra e não permitia praticar grandes velocidades. A clientela que procurava o “Sud” já não era a mesma. O advento da aviação comercial que entretanto se tinha expandido, nomeadamente a partir dos anos 50 veio tirar clientela a este comboio. A partir de 1955 o “Sud – Express” voltou a ser diário e retoma como estação términus Sta Apolónia em Lisboa.

Com a revolução dos cravos o “Sud – Express” vira também a ter o seu papel de comboio da liberdade para muitos, que por ideologias políticas estavam longe no exílio e que agora regressam ao país de origem. O “Sud – Express” deixa de ter o encanto de outrora, com as belas carruagens de madeira de tecka envernizadas ou das nostálgicas e lendárias carruagens azuis da Wagon Lits que as celebrizaram, passa a ser um vulgar comboio que transporta todo o tipo de passageiros, nomeadamente a grande emigração para França no inicio dos anos 60 e 70, já nos anos 80 é o comboio dos Inter – Rail.
É na década de 80 mais concretamente em 11 de Setembro de 1985, que ocorreu com um comboio complementar ao “Sud”, um dos mais graves acidentes ferroviários ocorridos em Portugal. O choque frontal em Alcafache na linha da Beira Alta de um comboio regional com o especial emigrantes que teria ligação ao “Sud”. Morrendo meia centena de passageiros sendo vários dados como desaparecidos. Apesar de alguns acidentes ocorridos na história deste comboio, este foi o mais grave.
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