A lesão de David Carmo (o análise do profesor António Costa)
O triunfo nos Açores (0-1) antecede o jogo europeu, da próxima quinta-feira, diante da Roma, num jogo em que Paulo Fonseca regressa a um local onde foi feliz e que funcionou como porta de entrada no Shakhtar (Ucrânia), clube em que conseguiu vários títulos, antes de se mudar para Roma, onde a tarefa de "ser romano" não tem sido nada fácil. A equipa romana é das melhores da atualidade em Itália e representará, certamente, um conjunto de grandes dificuldades para os arsenalistas, sendo favorita na eliminatória. É contra os melhores que o crescimento acontece e os desafios mais recentes não têm sido nada fáceis para o grupo de Carlos Carvalhal, pelo que posso acreditar que a equipa tem crescido com eles.
No jogo da Liga, o Porto esteve com dois golos de vantagem, mas os bracarenses chegaram ao empate, graças a uma ponta final de jogo bem conseguida, com o golo da igualdade a surgir nos descontos dados por Artur Soares Dias para compensar as diversas paragens do jogo. Em Portugal o baixo tempo útil de jogo deveria merecer uma reflexão alargada dos vários agentes desportivos, de modo a melhorar esse índice, que bem precisa, em prol do espetáculo.
O outro jogo da Pedreira, para a Taça de Portugal, entre as mesmas equipas, voltou a registar uma igualdade, desta vez a um golo, deixando a eliminatória em aberto para se decidir na segunda mão.
Ora, o segundo jogo teve ainda mais incidências negativas do que o primeiro, com o maior destaque pela negativa a ir para a lesão grave de David Carmo, num lance com Luis Díaz. O jogador portista causou nesse lance, de modo involuntário e perfeitamente casual (pelo menos) o fim da época do jovem atleta bracarense.
O empate obtido, novamente nos descontos, passou para segundo plano depois da imagem arrepiante de David Carmo no momento da lesão e antes de sair de ambulância diretamente para uma cama de hospital. O jogador já foi operado e a intervenção parece ter corrido bem, começando agora um longo caminho rumo à recuperação plena, como se deseja. Uma nota positiva para a preocupação demonstrada pelo jogador Luiz Díaz para com o companheiro de profissão, depois de assentada a poeira, o que não deixou indiferente o jovem e promissor central minhoto.
Desejo que David Carmo sinta que em Braga nunca caminhará sozinho e que toda a legião quer o seu completo restabelecimento, voltando ainda mais forte e determinado.
O comportamento portista nos dois jogos de Braga merece uma reflexão interna, pois não basta o seu treinador ir ao balneário do SC Braga pedir desculpas. O futebol sai prejudicado com estes comportamentos lamentáveis, numa época em que são apetecíveis os potenciais três lugares da Liga dos Campeões. Quem vive do futebol deve-o promover e não derrubar. Aqui foi o FC Porto, mas as palavras servem para todos os clubes, pois noutras alturas os símbolos envolvidos variam e o futebol nunca ganha com isso. A única preocupação de todos deve ser a preservação e a promoção do futebol, pois não vale tudo para ganhar, mesmo que os milhões da LC sejam a tábua de salvação de “ricos falidos” deste retângulo luso, à beira-mar plantado.
"O sítio dos Gverreiros” é uma coluna de opinião de assuntos relativos ao SC Braga, na perspetiva de um olhar de adepto braguista, com o sentido crítico necessário, em busca de uma verdade externa ao sistema. Cada semana no ZeroZero
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