Portugal. El sector taurino cree haber resistido a pesar de todo...
0
Comentarios
Protoiro divulga balanço da Temporada Tauromáquica 2020:
"O sector resistiu e mostrou a sua vitalidade"
Imagem : Pedro Batalha
A
temporada ficou marcada pelos impactos do Covid 19, com uma grande
redução de espectáculos mas por uma forte afluência de público e pela
união do sector para de adaptar à pandemia. Nesse sentido, a Protoiro,
emitiu o comunicado abaixo situado onde converge as opiniões dos vários sectores
sobre o que foi a Temporada Tauromáquica de 2020.
Balanço da temporada tauromáquica: Apesar das circunstâncias o sector resistiu e mostrou a sua vitalidade
Terminada a temporada tauromáquica a 1 de Novembro, a ProToiro - Federação Portuguesa de Tauromaquia,
representante oficial do sector, vem por este meio comunicar que o
balanço da temporada tauromáquica de 2020 foi positivo e demonstrou a
grande vitalidade deste importante sector cultural.
Um dos poucos que mostrou conseguir sobreviver apenas graças ao público e sem o apoio de dinheiros públicos.
De referir que a temporada começou normalmente a 1 de Fevereiro em Mourão,
como é habitual, mas 2020 revelou-se um ano totalmente anormal, devido à
pandemia do Covid 19. O setor da cultura foi um dos mais afectados
tendo, no caso da tauromaquia, levado a que se realizassem 48 espectáculos
quando em 2019 se realizaram 207. Estes números vêm interromper a
tendência de crescimento do setor nos últimos 3 anos, que obteve 469 mil
espectadores em Touradas no ano de 2019.
A retoma dos espectáculos deu-se na segunda metade de Julho,
em Estremoz, depois de uma luta intensa e tenaz de todo o setor por um
tratamento igualitário e para a definição das regras de funcionamento
dos espectáculos tauromáquicos, por parte do Ministério da Cultura e da
DGS, que teve como momento decisivo a ação de protesto com toureiros e
forcados acorrentados na porta do Campo Pequeno, a 1 de Junho, seguida
de manifestação de profissionais de todo o setor. É importante ainda
frisar que o setor conseguiu organizar-se e construir uma temporada nas
principais praças de toiros do país - por exemplo o Campo Pequeno,
Alcochete, Moita, Coruche, Vila Franca, Santarém, Évora ou Figueira da
Foz - num exemplo de resiliência notável, sendo um dos poucos setores
culturais que funcionou com a normalidade possível entre os meses de
Julho e Outubro.
Segundo Ricardo Levesinho, Presidente da Associação Portuguesa de Empresários Tauromáquicos “Foi
um ano caracterizado pela limitação de espetáculos e pela limitação
abrupta da lotação máxima de cada Praça de Toiros. Foi marcada, também,
pela afluência extraordinária por parte dos aficionados e do público em
geral, o que demonstra um grande respeito por todos os intervenientes
que contribuem para que a Tauromaquia seja um espetáculo admirado pela
maioria dos Portugueses. Entendemos que em termos económicos foi um ano
negativo, assim como para tantos outros setores culturais e empresariais
afetados pela pandemia. Estamos satisfeitos por conseguirmos realizar
os espetáculos seguindo rigorosamente as normas definidas com a DGS e
IGAC, sendo que a aplicação de uma nova taxa de IVA de 23% a estes
espectáculos é absurda e ilegal, pelo que estamos a trabalhar para que
seja reposta nos 6%. Só um governo desumano poderá atacar os cidadãos
desta área cultural num momento tão grave como o actual. Mantemos-nos
convictos e esperançosos que em breve podemos todos voltar à
normalidade, para continuarmos a trabalhar em prol da cultura portuguesa
e para proporcionar aos aficionados excelentes momentos deste magnifico
espetáculo cultural.”
Para Nuno Pardal, Presidente da Associação Nacional de Toureiros, "foi
com muita dedicação e esforço que, conjuntamente com as outras
associações do setor, nos batemos para que a realização de espetáculos
tauromáquicos fossem uma realidade. Também os Toureiros tiveram um papel
fundamental para viabilizar esta temporada, actuando muito abaixo dos
seus cachets habituais e até mesmo, em algumas ocasiões, graciosamente. À
semelhança das outras expressões culturais, os artista tauromáquicos
passam por um momento complicado a que o Ministério da Cultura não pode
fechar os olhos. Acreditamos que tudo fizemos para minorar o impacto e
esperamos que a próxima temporada seja já de alguma normalidade.”
Nas palavras de João Caldeira, vice-presidente da Associação Nacional de Grupos de Forcados: “Os
Grupos de Forcados em geral e a todos os forcados em particular,
mostraram o que é União quando a situação assim o exige. A troco de
defenderem aquilo que gostam, de defenderem as suas raízes, sem
quaisquer outros interesses que não seja pegar toiros mostrando a sua
arte e valentia. Mobilizaram-se, esquecendo rivalidades antigas,
exigindo que a tauromaquia não seja discriminada, pois ela é parte
integrante da nossa cultura. Um grande bem haja a todos eles por toda a
dedicação à arte de pegar toiros e à figura do Forcado Amador.”
Segundo o Presidente da Associação Portuguesa de Criadores de Toiros de Lide, João Santos Andrade, “com
a diminuição de espectáculos as ganadarias debatem-se agora com o
excesso de produção sendo obrigadas a enviar os seus animais para o
matadouro sem serem lidados, o que impede o apuramento da bravura da
raça e gera uma elevada perda económica. Esperamos no próximo ano
conseguir uma temporada o mais normal possível, para evitarmos a
diminuição do efetivo desta raça autóctone, pois a criação do toiro de
lide revaloriza os recursos naturais fazendo um aproveitamento racional
dos mesmos, mantendo o ecossistema e contribuindo para o equilíbrio do
meio ambiente, promovendo a biodiversidade de 70 mil hectares, sobretudo
de montado e lezíria. Também estes ecossistemas podem ser afectados com
a redução de toiros bravos no campo.”
Para Luís Capucha, Presidente da Associação de Tertúlias Tauromáquicas de Portugal, “a
temporada de 2020 será recordada pelo apego dos aficionados à Festa,
que permitiu que se realizassem dezenas de corridas de toiros. Pela
civilidade inigualável demonstrada pelos aficionados nas praças de
toiros. Pela determinação em amar o seu ser, sem ceder ante os ataques
cobardes e ignominiosos a coberto da Covid. Pela rejeição do medo e pela
afirmação da responsabilidade e da esperança de que juntos vamos vencer
todos os inimigos.”
A
todos os profissionais e intervenientes, aficionados e público em
geral, que criaram as condições para que a temporada 2020 pudesse
existir, a ProToiro deixa o seu profundo agradecimento, fazendo votos
para que a pandemia seja, o quanto antes, uma má memória do passado e a 1
de Fevereiro de 2021 possamos celebrar o arranque de mais uma
temporada.
Publicar un comentario