Semana de enorme calor en Portugal y consejos en el combate a la Covid-19
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Semana de mucho calor en Portugal, especialmente en zonas del interior y del centro del país, donde temperaturas de 40 grados no son estos días nada infrecuente.
A "onda de calor mais persistente" deste ano até ao momento, e deverá durar uma semana. Lisboa terá temperaturas de 39º C e os distritos do interior como Santarém, Beja, Évora e Castelo Branco, vão superar os 40º C.
A "onda de calor mais persistente" deste ano até ao momento, e deverá durar uma semana. Lisboa terá temperaturas de 39º C e os distritos do interior como Santarém, Beja, Évora e Castelo Branco, vão superar os 40º C.
No Diario de Noticias, Sónia Dias, psicóloga, professora e investigadora da Escola Nacional de Saúde Pública, e coordenadora do barómetro covid-19, entende que a mensagem para combater o Cov-Sars-2 não está a ser estratégica e deve ser alterada. Não chega repetir, tem de ser de acordo com as dificuldades dos diferentes grupos.
De que forma é que esta onda de calor pode agravar o combate à covid-19?
O calor pode levar a que as pessoas tenham maior tendência em sair, em socializar, e isso pode influenciar o comportamento de algumas delas. Diria que, aquela máxima expressão que começamos a ouvir e que é "aprender a viver com o vírus", faz muito sentido e reflete bem a situação em que vivemos. Enquanto não tivermos uma vacina, vamos ter que saber e aprender a conviver com o vírus, que é uma situação completamente nova e que vai requerer uma aprendizagem. Esta tal convivência, na verdade, não é assim tão fácil de o fazer como podíamos ter inicialmente pensado.
A mensagem para nos protegermos não está a passar?
Temos ouvido repetidamente as mensagens de proteção, do uso de máscaras, da lavagem de mãos, do distanciamento social. Era importante pensar se o facto de repetirmos até à exaustão esta mensagem nos está a ensinar a conviver com o vírus e a proteger-nos ou se, pelo contrário, para alguns grupos, não estará a reforçar uma fadiga e a banalizar uma mensagem, às vezes sem conteúdo, e a levar a um abrandamento das medidas de proteção. Diria que estamos num fase extremamente importante de pensarmos nos conteúdos dessas mensagens e a direcioná-las para grupos específicos. Temos vindo a aprender que, provavelmente, as mensagens têm que ser direcionadas tendo em conta as diferentes necessidades e as características para quem são dirigidas.
Mensagens diferentes para os jovens, para frequentadores de esplanadas, em época de férias?
Sim, um outro aspeto importante é que, para a adesão às mensagens e a uma mudança, é muito importante ter em conta o que as pessoas pensam e que atitudes têm relativamente ao comportamento que precisamos que adotem. Qual é o alinhamento dessas mensagens com as dificuldades diárias que todos sentimos? Não é fácil usar máscara constantemente, quando é relativamente novo essa ideia de usar máscara, sabemos que, na nossa cultura o distanciamento social é muito difícil de efetivar. Era importante que as mensagens estivessem alinhadas com as dificuldades que sentimos na prática com as normas, e quais as estratégias concretas para ultrapassar essas dificuldades. Só repetir as mensagens, teremos menos impacto na adoção de comportamentos.
Pode concretizar?
Numa fase inicial, passou a ideia de que os jovens estariam quase imunes a esta pandemia e que o seu papel seria apenas de transmissão para outros grupos de risco. Hoje sabemos que não é assim, mas também sabemos que os jovens são um dos grupos que mais sofreram, até em termos do bem-estar e da saúde mental, com as questões do confinamento. Claramente, vai contra a sua própria natureza, que precisa de socializar, de estar com os amigos, etc. Temos de perceber quais são as estratégias alternativas que se vão apresentar a estes jovens. Simplesmente, dizer-lhes não convivam não vai ser solução, como temos vindo a verificar, não só em Portugal como muitos países da Europa. Por exemplo, estamos a falar da questão do bom tempo e do calor e, até, das férias escolares, se calhar há alternativas no convívio dos jovens que os permita socializar com uma proteção adequada. É preciso ir adaptando a cada um dos grupos, as mensagens e as estratégias alternativas.
É complicado andar com uma máscara com este calor.
Mesmo com o calor, o uso da máscara não é igual para todos os grupos. Mas, se calhar, é preferível que os jovens se mantenham mais afastados e não ter que usar máscara. Tem que se arranjar estratégias alternativas que permitam uma maior proteção.
Há algum país que esteja a fazer isso?
Há países que estão muito preocupados com o conteúdo dessas mensagens e a organizá-las para que façam sentido para os diferentes grupos. Estamos todos no mesmo ponto, é uma situação muitíssimo nova, a mudança comportamental não se faz de um momento para o outro, nunca é muito rápida. Os países estão todos a tentar compreender quais são as melhores formas de transmitir essas mensagens. Uma possibilidade é envolver esses mesmos jovens para que possam dar sugestões e estratégias. Sabemos que um bom mecanismo é a utilização de modelos ou de elementos de referência que possam passar essas mensagens para os jovens e seja facilmente recebida. Utilizar o que já se conhece da adoção comportamental e comunicação em saúde poder ser uma boa alternativa.
De que forma é que esta onda de calor pode agravar o combate à covid-19?
O calor pode levar a que as pessoas tenham maior tendência em sair, em socializar, e isso pode influenciar o comportamento de algumas delas. Diria que, aquela máxima expressão que começamos a ouvir e que é "aprender a viver com o vírus", faz muito sentido e reflete bem a situação em que vivemos. Enquanto não tivermos uma vacina, vamos ter que saber e aprender a conviver com o vírus, que é uma situação completamente nova e que vai requerer uma aprendizagem. Esta tal convivência, na verdade, não é assim tão fácil de o fazer como podíamos ter inicialmente pensado.
A mensagem para nos protegermos não está a passar?
Temos ouvido repetidamente as mensagens de proteção, do uso de máscaras, da lavagem de mãos, do distanciamento social. Era importante pensar se o facto de repetirmos até à exaustão esta mensagem nos está a ensinar a conviver com o vírus e a proteger-nos ou se, pelo contrário, para alguns grupos, não estará a reforçar uma fadiga e a banalizar uma mensagem, às vezes sem conteúdo, e a levar a um abrandamento das medidas de proteção. Diria que estamos num fase extremamente importante de pensarmos nos conteúdos dessas mensagens e a direcioná-las para grupos específicos. Temos vindo a aprender que, provavelmente, as mensagens têm que ser direcionadas tendo em conta as diferentes necessidades e as características para quem são dirigidas.
Mensagens diferentes para os jovens, para frequentadores de esplanadas, em época de férias?
Sim, um outro aspeto importante é que, para a adesão às mensagens e a uma mudança, é muito importante ter em conta o que as pessoas pensam e que atitudes têm relativamente ao comportamento que precisamos que adotem. Qual é o alinhamento dessas mensagens com as dificuldades diárias que todos sentimos? Não é fácil usar máscara constantemente, quando é relativamente novo essa ideia de usar máscara, sabemos que, na nossa cultura o distanciamento social é muito difícil de efetivar. Era importante que as mensagens estivessem alinhadas com as dificuldades que sentimos na prática com as normas, e quais as estratégias concretas para ultrapassar essas dificuldades. Só repetir as mensagens, teremos menos impacto na adoção de comportamentos.
Pode concretizar?
Numa fase inicial, passou a ideia de que os jovens estariam quase imunes a esta pandemia e que o seu papel seria apenas de transmissão para outros grupos de risco. Hoje sabemos que não é assim, mas também sabemos que os jovens são um dos grupos que mais sofreram, até em termos do bem-estar e da saúde mental, com as questões do confinamento. Claramente, vai contra a sua própria natureza, que precisa de socializar, de estar com os amigos, etc. Temos de perceber quais são as estratégias alternativas que se vão apresentar a estes jovens. Simplesmente, dizer-lhes não convivam não vai ser solução, como temos vindo a verificar, não só em Portugal como muitos países da Europa. Por exemplo, estamos a falar da questão do bom tempo e do calor e, até, das férias escolares, se calhar há alternativas no convívio dos jovens que os permita socializar com uma proteção adequada. É preciso ir adaptando a cada um dos grupos, as mensagens e as estratégias alternativas.
É complicado andar com uma máscara com este calor.
Mesmo com o calor, o uso da máscara não é igual para todos os grupos. Mas, se calhar, é preferível que os jovens se mantenham mais afastados e não ter que usar máscara. Tem que se arranjar estratégias alternativas que permitam uma maior proteção.
Há algum país que esteja a fazer isso?
Há países que estão muito preocupados com o conteúdo dessas mensagens e a organizá-las para que façam sentido para os diferentes grupos. Estamos todos no mesmo ponto, é uma situação muitíssimo nova, a mudança comportamental não se faz de um momento para o outro, nunca é muito rápida. Os países estão todos a tentar compreender quais são as melhores formas de transmitir essas mensagens. Uma possibilidade é envolver esses mesmos jovens para que possam dar sugestões e estratégias. Sabemos que um bom mecanismo é a utilização de modelos ou de elementos de referência que possam passar essas mensagens para os jovens e seja facilmente recebida. Utilizar o que já se conhece da adoção comportamental e comunicação em saúde poder ser uma boa alternativa.