"...tenta impor um confinamento ao Porto e ao Norte. Nunca perdeu o vínculo de ser uma empresa de caráter colonial"

Los planes de la transportadora aérea portuguesa, TAP, en su retoma de actividad más o menos a medio gas, a partir de julio, parecen confirmar su escasa consideración por el aeropuerto internacional de Porto. Y esto la sublevado los ánimos de los alcaldes y fuerzas vivas de los municípios más importante del Norte del país lusitano, comenzando -cómo no- por el presidente de la Câmara de Porto, que ha vuelto a despacharse a gusto. La polémica, que se arrastra desde tiempo atrás, se aviva ahora, cuando se ha comenzado a hablar de los planes de la TAP cuando cuando julio llegue... Veamos :

O plano de voo da TAP para os próximos dois meses prevê chegar a 27 frequências semanais em junho e 247 em julho, um valor que representa cerca de 8% das três mil frequências que operava na mesma altura, há um ano.
A maioria dos voos que vão ser retomados nos próximos dois meses partem de Lisboa (11 destinos em julho, 42 em julho), ficando a operação no Porto limitada às ligações para Paris, Luxemburgo e Madeira (Funchal), apenas em julho (com um total de sete frequências).
"A reposição em julho de voos a partir do aeroporto Francisco Sá Carneiro para Paris, Luxemburgo e Madeira, incide justamente nas ligações onde a procura o justifica. Não existe ainda procura suficiente, à partida do Porto, para a reposição de qualquer outra rota", referiu, ao Jornal de Notícias, fonte da TAP.
Retomada a 18 de maio, com três voos por semana, em vez de 91, a ponte aérea entre Lisboa e Porto (operada a partir de Lisboa) será aumentada apenas em julho, com um aumento para 21 frequências semanais.
As ligações da TAP ao Brasil estiveram entre as primeiras a recomeçar, a 18 de maio, com dois voos por semana de Lisboa para S. Paulo e um para o Rio de Janeiro, mas vão aumentar, em julho, com mais frequências para S. Paulo (três) e retoma das ligações para Recife (dois por semana) e para Fortaleza (um por semana).
A operação para a América do Norte arranca timidamente, a 1 de junho, de Lisboa para os EUA (Newark, dois voos por semana), mas vai acelerar em julho com destino a Boston (dois por semana), Toronto (um semanal) e Miami (duas frequências). Em julho, torna a haver voos de Ponta Delgada para Boston (três por semana) e Toronto (dois).
Quanto à Europa, a maioria da operação a partir de Lisboa retoma em julho: Zurique, Frankfurt, Hamburgo, Berlim, Dublin, Nice, Lyon, Amsterdão, Madrid, Barcelona, Sevilha, Málaga, Luxemburgo, Estocolmo, Copenhaga, Milão e Roma. Londres e Paris.

En cualquier caso, la utilización del aeropuerto de Porto para salidas y llegadas de estos vuelos a esos destinos indicados, parece que será bastante secundaria para lo que la población del Norte de Portugal  (y Galicia) podía esperar...

A partir de la situación descrita con detalle por el Jornal de Notícias, el diario de más circulación e influencia en el Norte de Portugal, las reacciones no son ha hecho esperar. Y a cada cual más contundente.

Os autarcas da região Norte de Portugal reuniram-se esta terça-feira para tomar uma posição conjunta contra o plano de retoma de voos da TAP. Rui Moreira, presidente da Câmara Municipal do Porto diz que o Governo tem de se decidir e que se a quiser ajudar como "uma companhia de caráter regional" a pode incorporar na Carris.
"A TAP está a tentar impor um confinamento ao Porto e ao Norte. Nunca perdeu o vínculo de ser uma empresa de caráter colonial e a sua estrutura nunca pensou de outra maneira", acusou o presidente da Câmara do Porto.

O autarca do Porto lembrou o acréscimo do interesse de companhias como a United Airlines, que viaja para os EUA, nos últimos quatro anos e disse que o "mercado tomou conta do aeroporto", quando antes a TAP tinha alegado escassez de passageiros. Acusou a companhia de ter voltado ao Aeroporto Sá Carneiro não por estratégia mas "por oportunismo" quando viu a procura de passageiros crescer.
Numa conferência de imprensa com os vários autarcas da região diz que a TAP é apenas uma empresa pública quando "quer que os portugueses paguem os seus vícios".
"Se querem dar uma ajuda para uma companhia apenas de caráter regional façam um favor e incorporem a TAP na Carris e façam o que quiserem, não façam é de nós tontos. Não façam, por favor, de nós loucos", pediu o autarca do Porto.

O presidente da Câmara da Maia, Silva Tiago, acusou a TAP de ser "um problema para o erário público" e que todos são chamados a contribuir para a sua salvação face a uma provável situação de falência, no entanto, deixou um aviso.
"Se a TAP reduzir a sua operação no Aeroporto Francisco Sá Carneiro às parcas três linhas anunciadas, então, perde o epíteto de desígnio estratégico para a economia nacional, logo, deve ser excluída de qualquer plano de resgate à custa dos impostos de todo o país posto que não servirá a coesão", defendeu o autarca maiato.

Na mesma conferência de imprensa, o líder de Vila Real diz que o município não aceita que a TAP "se dê ao desplante de ignorar uma parte tão significativa do país". Rui Santos acusa o Conselho de Administração da empresa de ser "estrategicamente inconsequente" e insta o Governo a "não ceder um milímetro nos melhores interesses da região Norte e da Península Ibérica".

"Fiquei chocado com aquilo que tivemos conhecimento, porque se perde o sentido da unidade nacional, da competitividade e da nossa capacidade de podermos estar ligados ao mundo", considerou José Maria Costa, presidente da Câmara de Viana do Castelo, que também participou na conferência conjunta.

A transportadora prevê a realização de apenas três voos regulares a partir do Aeroporto do Porto, números que no entender do Turismo do Porto e Norte de Portugal não se conseguem explicar através do mercado.
"É mentira que não há mercado. Bastava algum equilíbrio", analisou, Luís Pedro Martins, ao fazer a comparação com o número de voos de outras companhias aéreas para capitais europeias como Paris ou Roma, a partir da Invicta.

"É lamentável que a TAP confunda Portugal com Lisboa. A TAP é um ativo estratégico nacional, mas tem de olhar o País como um todo. É preciso lembrar aos senhores administradores da TAP, e à sua tutela governamental, que o eixo Braga - Porto - Aveiro é o motor da economia portuguesa", disse, esta terça-feira, ao Jornal de Notícias, Emídio Sousa, vice-presidente do Conselho Metropolitano do Porto e presidente da câmara de Santa Maria da Feira.
"Além disso, a Área Metropolitana do Porto tem um maior volume de bens transacionáveis que Lisboa. Esta visão curta da TAP vai levar a nossa companhia aérea nacional à decadência", salientou ainda o autarca.

Já o presidente da Câmara de Valongo acusa a TAP de encarar o Aeroporto do Porto como um apeadeiro, optando por uma estratégia "inadmissível" que contribui para "o aprofundamento das assimetrias regionais".
Para José Manuel Ribeiro, a decisão da companhia de bandeira nacional tem de ser revista e para isso apela à intervenção do Governo para colocar um "travão nesta gestão que está a prejudicar o desenvolvimento equilibrado do País". O autarca fala numa "tremenda injustiça" sobretudo na conjuntura atual, que penaliza a retoma de setores essenciais para a região, como o turismo.

O presidente da Câmara de Gondomar criticou também o plano de retoma de voos anunciado pela TAP, acusando a empresa de "discriminar" o Norte, fazendo um "insulto" à região que "mais contribui para a economia do país".
"A confirmarem-se estas informações, isto é um insulto à região Norte, um insulto à região que tem o tecido empresarial que tem, a que mais exporta e contribui para o desenvolvimento do país e a que tem vindo a atrair mais e novo turismo", disse Marco Martins.
Em declarações à agência Lusa, o autarca socialista de Gondomar aproveitou para fazer um "apelo" ao executivo de António Costa: "O Governo tem de continuar a dar os sinais que tem dado e tem de pôr ordem na empresa. A atual administração da TAP está a ceder a interesses económicos e a suportar os outros negócios que os acionistas têm na região da Lisboa".