viernes

Se van a pique en Portugal las recaudaciones de Euromillones y demás juegos sociales

Em Portugal, tal e como refere hoje o Jornal de Notícias, as receitas dos jogos sociais caíram para metade no último mês, desde a declaração do primeiro estado de emergência. O Euromilhões é o mais atingido pelo confinamento social, reforçado com a renovação do estado de exceção, e cujos jackpots não conseguem inverter a tendência de quebra. A Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML), que explora os jogos, garante estar a tentar aguentar o embate da "crise" no setor - onde mais de metade dos cinco mil mediadores poderá já ter fechado as portas. Esta redução irá provocar mossa nas contas das entidades que usufruem dos lucros das apostas, já que o Estado e a SCML encaixam anualmente mais de 700 milhões de euros. Em 2018, último ano de que se conhecem dados dessa distribuição, só o Serviço Nacional de Saúde (SNS) recebeu 115,9 milhões de euros.
Desde 13 de março, o Euromilhões está numa queda constante. Naquela data teve quase 1,7 milhões de registos e mais de 61,1 milhões de euros em receitas - no conjunto de nove países europeus que contam com este jogo e onde há medidas de confinamento social. Na última terça-feira, só houve 829 mil bilhetes registados, no valor de 26,6 milhões. Apesar do jackpot nesse dia, os números não aumentaram como seria normal noutras alturas. Segundo as estatísticas da SCML, as descidas são transversais aos outros jogos da sorte e azar. Desses, o Milhão é o mais notório, com quase quatro vezes menos apostadores. Já o Totoloto assinala a menor erosão - passou de uma média de um milhão de euros em apostas para cerca de 800 mil por concurso.
Se o Totobola, devido à suspensão do campeonato nacional de futebol, teve o seu último concurso a 12 de março, já o Placard adaptou-se aos tempos de pandemia, mas sem grande sucesso. Este último jogo, que foi uma das grandes apostas da SCML, passou a ter como base a liga de futebol da Bielorrússia, a única que não foi interrompida. Só que os mediadores admitem que não está a ser atrativo. "A distância de uma realidade desconhecida, como é o da liga bielorrussa, associada às medidas de isolamento social, fez do Placard uma coisa inexistente", disse Vasco de Mello, presidente da Associação Nacional de Empresas de Lotaria e Outros Jogos de Aposta, que fala de "quebras brutais", principalmente nas raspadinhas. "Se não há pessoas a circular, as vendas desapareceram", disse, ao JN.