O modelo nacional portugués de proteção facial está em vias de ser homologado. A DGS muda estratégia e recomenda o uso generalizado. As farmácias queixam-se de falta de stock.
Marta Temido, ministra da Saúde: "A máscara constitui uma medida adicional, suplementar, complementar à lavagem das mãos, da etiqueta respiratória e distância social"O setor têxtil nacional arrancará, dentro de dias, com a produção de máscaras sociais de proteção contra a Covid-19, cujo modelo está em vias de ser homologado pelo CITEVE - Centro Tecnológico das Indústrias Têxtil e do Vestuário. O compromisso é fazer com que, nas próximas semanas, estejam disponíveis para a população milhões de equipamentos daqueles, cuja utilização em locais fechados a Direção-Geral da Saúde (DGS) passou agora a sugerir.
Fausto Pinto, presidente do Conselho de Escolas Médicas: "Muito antes desta recomendação, que peca por tardia, já parte da população, de forma sensata e cautelosa, tinha adotado o seu uso"Após semanas em que descartou o alargamento do uso da máscara além de profissionais de saúde e infetados, colocando-se na mira das críticas do Conselho de Escolas Médicas Portuguesas (CEMP) e da Ordem dos Médicos, a DGS passou a admitir de forma cautelosa que todos a possam usar.
Cinco dias depois de a França homologar um modelo não cirúrgico para consumo interno, Portugal está em vias de o fazer. De acordo com a Associação Têxtil e Vestuário de Portugal (ATP), "em pouco dias uma máscara social, adequada a atividades quotidianas e capaz de assegurar proteção, será uma realidade". "Já tem várias aprovações e ensaios. Serão dias para conseguirmos produzir milhões de máscaras para Portugal e outros países", disse, ao JN, Mário Jorge Machado, presidente da ATP. "A máscara reutilizável pode vir a ser mais cara mas será reutilizada 30 ou 40 vezes", explicou o empresário, para quem este material "vai enraizar-se, como na cultura oriental, e refletir-se na moda".
Neste momento, conseguir uma máscara é um desafio para a maioria. Ao JN, Nuno Flora, secretário-geral da Associação Nacional de Farmácias, revelou que estes estabelecimentos "continuam a registar carência de equipamentos de proteção individual".