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Aquel verano de 2012 : el Braga, otra vez, en la Champions League

Para los periódicos deportivos, para los sites deportivos, es un grave problema la parálisis derivada de la crisis que ha instalado en nuestras vidas el coronavirus. Se las tienen que ingeniar en esos medios para ofrecer reportajes atractivos, artículos que enganchen a sus habituales lectores para que sigan consumiendo el material que estas publicaciones ofrecen. Gran labor la que realizan y admiración y solidaridad por nuestra parte.
Nuestro querido y admirado amigo, el profesor António Costa, uno de los seguidores más fieles que el Sporting Clube de Braga tiene, escribe semanalmente en el acreditado site "Zero Zero", allí publica artículo tras artículo, plenos de interés no ya solo para los adeptos del Braga, también para cualquiera a quien interese la actualidad del fútbol portugués.
Esta semana, en el derroche de imaginación al que antes aludíamos, el profesor Costa -cuyos artículos también solemos recomendar a través de Twitter- evoca la gesta del Sporting de Braga, unos veranos atrás, cuando en Udine (Italia) lograba el pasaporte para entrar en la fase de grupos de la Champios League, nada menos.
Con la debida venia reproducimos el interesante artículo en el portal deportivo português. "Zero Zero".

"O sítio dos Gverreiros” é uma coluna de opinião de assuntos relativos ao SC Braga, na perspetiva de um olhar de adepto braguista, com o sentido crítico necessário, em busca de uma verdade externa ao sistema.

Reviver uma viagem a Udine

Estávamos no verão de 2012, em pleno descanso de agosto. Sim, porque um professor que esteja envolvido nos exames nacionais, como classificador ou como relator nas reapreciações, não tinha, nem tem, muito por onde escolher o tempo de férias.
O SC Braga tinha uma eliminatória difícil, no play-off de acesso à Liga dos Campeões, frente à Udinese, num sorteio pouco simpático. São sempre complicadas as eliminatórias contra equipas italianas, mas quem queria jogar com os melhores tinha que enfrentar as dificuldades existentes.
A primeira mão, disputada na Pedreira, deu empate 1-1, pelo que a esperança se mantinha, apesar de se esperarem grandes problemas no jogo da segunda mão, em Itália.
O SC Braga organizou, então, uma viagem de autocarro a Udine. Com o conhecimento dela, o entusiasmo dos meus dois filhos foi imediato e a viagem passou, num ápice, a ser uma realidade. Seria uma viagem louca, mas marcante, por fugir das rotinas.
Chegava o dia 26 de agosto de 2012 e às 17 horas tudo estava pronto para que o autocarro, carregado de esperança, iniciasse a viagem. Havia muitos quilómetros para percorrer e muitas horas para andar dentro de um autocarro, que exigiam muitas conversas, com pessoas mais ou menos conhecidas.
Deixámos rapidamente Portugal para trás, seguindo-se a passagem por Espanha, a travessia da França e a chegada a Itália. Muitas horas depois chegávamos a Bérgamo, local onde atualmente se situa um foco infindável da pandemia “COVID 19”, e onde a noite foi passada num hotel local de boas condições. Para trás ficavam muitos túneis e muitos quilómetros percorridos. Era o descanso dos Gverreiros.
Na manhã seguinte, já com novas energias, seguimos viagem rumo a Udine, afinal o nosso maior propósito. Chegámos finalmente à cidade onde o sonho podia tornar-se realidade ou, no pior dos cenários, dar lugar à tristeza de uma eliminação. O dia passou com o reconhecimento do estádio Friuli por fora, o almoço ali perto, pizza pois claro, uma curta visita à cidade, ainda distante, terminando com o jantar que colocava as forças em níveis que a ocasião pedia.
Por fim, regressámos à zona do estádio, onde ficara o autocarro que nos permitia guardar as coisas antes da entrada. Tudo pronto e depois da revista lá entrámos, com bastante antecedência, no local onde tudo se jogava. Mais algumas fotos para memória futura e surgem as equipas para o aquecimento. Senti que estava num pedaço de Portugal, quando vi os jogadores do meu clube pisar aquele relvado. Cada pessoa tentava o melhor lugar naquela bancada distante do relvado para assistir ao espetáculo. Éramos poucos, por isso ficámos todos juntos e eu senti que fazia parte daquela claque que apoiaria a equipa ao longo do jogo.
Chegava o momento em que tudo começava. A nossa bancada, com um número de pessoas incomparavelmente inferior aos italianos, cantava junta o jogo todo para que os jogadores sentissem o carinho que os levasse à transcendência, na tentativa da superação desta difícil missão de eliminar os italianos em sua casa. Aconteceu o golo italiano e tudo parecia ruir, mas a esperança dos Gverreiros no campo e na bancada era alimentada pelo guarda-redes Beto que, com algumas intervenções complicadas, mantinha a equipa na luta pelo resultado. Chegava o intervalo e o resultado era favorável aos italianos que, à semelhança da primeira-mão, se colocaram na frente do marcador.
A segunda parte trazia uma equipa bracarense capaz de discutir o resultado e a eliminatória, mas o relógio era cruel, avançando a uma velocidade elevada, pelo que parecia o nosso maior inimigo. As gargantas continuavam a entoar cânticos de apoio, até que o momento mágico do golo do empate chegava por fim, através de Rúben Micael, que entrara para jogar a segunda parte. O resultado traduzia o equilíbrio das duas equipas e o prolongamento passava sem nada alterar.
Outra vez o 1-1 e havia necessidade de desempatar através de pontapés da marca de grande penalidade, onde a descrença de uns era contrariada pela fé de outros. Ninguém falhava, até que ao terceiro penalti da Udinese, Maicosuel tentou marcar “à Panenka” e Beto defendeu. A seguir todos marcaram, com o pontapé decisivo a pertencer ao herói improvável chamado Rúben Micael que, depois de ter empatado o jogo, decidia a eliminatória.
Era o momento mágico desejado e com ele os Gverreiros do Minho passavam, pela segunda vez, à fase de grupos da Liga dos Campeões. Viveram-se momentos de verdadeira loucura e histeria, numa comunhão entre os jogadores e os adeptos, que fizeram uma viagem tão longa na esperança de um final assim feliz para esta “história”. O sonho passara a realidade, nesse momento em que fazia todo o sentido a frase “quem não sente, não entende”. A viagem de regresso foi mais leve e plena de alegria, que contrasta com os momentos incertos e tristes que agora vivemos. Mas, em breve, o mundo sem receios voltará a sorrir.

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