A
 Secção de Municípios com Actividade Taurina, da Associação Nacional de 
Municípios Portugueses, emitiu este comunicado manifestando-se contra a 
discriminação da proposta governamental para aumentar o IVA nas 
touradas. O tema foi hoje discutido na Assembleia da República Portuguesa e ficou 
marcado, uma vez mais, pela arrogância da ministra da Cultura, que pura e
 simplesmente nem se referiu à Tauromaquia em momento algum do debate. A
 votação vai ter lugar a 6 de Fevereiro 
Na
 sequência da proposta de Orçamento de Estado para 2020, no que concerne
 à alteração da aplicação da taxa de IVA para espectáculos de 
tauromaquia, em virtude de se propor a exclusão desta actividade sujeita
 à taxa de 6%, os Municípios com Actividade Taurina 
consideram que tal opção se traduz numa medida discriminatória e que deve ser corrigida em sede de especialidade. 
Estes
 Municípios consideram que, esta medida representa uma enorme 
desigualdade no acesso à cultura, criando mais disparidades, 
prejudicando sobretudo os territórios de baixa densidade onde a 
atividade tauromáquica é na área cultural um dos principais espetáculos. 
Todos
 os que vivem e visitam, quer nacionais como estrangeiros, os 
territórios com atividade tauromáquica, têm direito a ter acesso aos 
espetáculos tauromáquicos em situação de igualdade com outras 
manifestações culturais. A liberdade de escolha de acesso a todo e 
qualquer espetáculo deve ter condições fiscais iguais, de forma a 
salvaguardar o princípio constitucional da igualdade e do direito à 
cultura para todos. 
Para
 os Municípios com actividade tauromáquica, a alteração da taxa de IVA 
representa uma medida meramente discricionária, cujo impacto fiscal será
 negativo, nas atividades económicas a montante de todo o espectáculo 
tauromáquico, sobretudo nas actividades ligadas ao mundo rural, pelo que
 esta medida deverá ser sancionada, uma vez que a tauromaquia é uma 
actividade cultural, estabelecida na lei portuguesa como “parte 
integrante do património da cultura popular portuguesa”, tutelada pelo 
Ministério da Cultura e integrando, ainda, através da Secção de 
Tauromaquia, o Conselho Nacional de Cultura, órgão consultivo do 
Ministério da Cultura. 
Os
 Municípios com Actividade Taurina, defendem a manutenção da taxa mínima
 de IVA(6%), à semelhança do que ocorreu em 2019, em todos os 
espetáculos culturais, entendendo que o acesso às artes e à cultura deve
 ser assegurado em igual medida para todos os cidadãos, salvaguardando o
 direito à cultura e incentivando o acesso de todos os portugueses, em 
iguais condições, em qualquer parte do país. 
Não
 podemos ignorar a exclusão de uma área da cultura, com 
representatividade económica e social nos mais diversos territórios, 
salvaguardando a diversidade cultural e a identidade desses mesmos 
territórios. 
Os
 Municípios com Actividade Taurina defendem a liberdade cultural, de 
manifestação cultural, e de acesso equitativo a todos os espetáculos 
culturais, o que inclui tanto uma corrida de toiros, como qualquer outra
 manifestação artística e cultural. 
A
 preocupação que assiste aos Municípios com Actividade Taurina é 
reflectida também pelas suas populações, que esperam que os seus 
autarcas sejam defensores da liberdade de escolha de acesso a 
actividades culturais e exijam dos seus representantes no Parlamento e 
no Governo que garantam o direito à cultura em igualdade de 
circunstâncias, independentemente dos gostos pessoais de cada um. 
Os
 Municípios com Actividade Taurina apelam ao Governo, através do 
Ministério da Cultura, para que promova os princípios e direitos 
constitucionalmente consagrados no acesso à cultura, sem discriminações,
 mantendo a taxa de IVA no mesmo valor para todas as atividades 
culturais. 
Coruche, 20 de Janeiro de 202  | 
